terça-feira, 11 de setembro de 2012

E que a voz da liberdade...

...Seja sempre a nossa voz! Globo investindo pesado em coisas das "camadas populares": samba e futebol presentes nas novelas das 21 horas, “Avenida Brasil” e agora na das 18 com “Lado a Lado”. E isso é ótimo.

"Lado a Lado" é daquelas novelas que cairia muito bem como uma minissérie. Mas ainda bem que virou novela, afinal é preciso mostrar mais um pouco de historia, fazer o povo (ou a grande massa, que consome mais novela do que minissérie) resgatar momentos importantes da historia do nosso país. Isso é mais importante do que fazer qualquer tipo de ficção com propaganda (ou doutrina) de religião, como foi a anterior, "Amor Eterno Amor".

A abertura é uma das mais bonitas dos últimos anos, apesar do clichê de gravar imagens da época com uma trilha. Aqui, vale a produção caprichada e o samba escolhido, que cai como uma luva para o momento histórico da novela e para a propria historia do folhetim. Isso é uma ousadia para a emissora, que sempre deixou o samba (especificamente o samba-enredo) somente para a época de carnaval. Viva o samba!


Mas isso não quer dizer que eu vá assistir. Além do horário, é mais uma daquelas novelas de época água com açúcar. Em “Lado a Lado” conta pontos o momento histórico que ela mostra, pouco contado na TV, a produção rica e o elenco: Patrícia Pillar, Camila Pitanga e Milton Gonçalves só para citar alguns exemplos.. E só. Os clichês das disputas “raciais” e de classe estão lá, a pose das baronesas e a situação ainda desfavorável aos negros – recém-libertados da escravidão também.

Vendo algumas cenas, é inevitável a comparação com outras novelas. O futebol de “Avenida Brasil” está lá, mostrado no início do esporte no Brasil. O encontro das heroínas é muito parecido com o encontro das “Empreguetes” de “Cheias de Charme”: encontraram-se num momento difícil da vida de cada uma e, a partir daquele momento, tornaram-se amigas para sempre.

O primeiro capítulo deu apenas 18 pontos de audiência. Pouco para o horário, que almeja pelo menos entre 20 e 25. Agora é esperar e ver se a historia cativa a dona de casa do horario, ainda que tenha elementos que poderiam atingir um público mais amplo e até masculino. 

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