"Lado a Lado" é daquelas novelas que cairia muito
bem como uma minissérie. Mas ainda bem que virou novela, afinal é preciso
mostrar mais um pouco de historia, fazer o povo (ou a grande massa, que consome
mais novela do que minissérie) resgatar momentos importantes da historia do
nosso país. Isso é mais importante do que fazer qualquer tipo de ficção com propaganda
(ou doutrina) de religião, como foi a anterior, "Amor Eterno Amor".
A abertura é uma das mais bonitas dos últimos anos, apesar
do clichê de gravar imagens da época com uma trilha. Aqui, vale a produção
caprichada e o samba escolhido, que cai como uma luva para o momento histórico
da novela e para a propria historia do folhetim. Isso é uma ousadia para a
emissora, que sempre deixou o samba (especificamente o samba-enredo) somente
para a época de carnaval. Viva o samba!
Mas isso não quer dizer que eu vá assistir. Além do horário,
é mais uma daquelas novelas de época água com açúcar. Em “Lado a Lado” conta
pontos o momento histórico que ela mostra, pouco contado na TV, a produção rica
e o elenco: Patrícia Pillar, Camila Pitanga e Milton Gonçalves só para citar
alguns exemplos.. E só. Os clichês das disputas “raciais” e de classe estão lá,
a pose das baronesas e a situação ainda desfavorável aos negros – recém-libertados
da escravidão também.
Vendo algumas cenas, é inevitável a comparação com outras
novelas. O futebol de “Avenida Brasil” está lá, mostrado no início do esporte
no Brasil. O encontro das heroínas é muito parecido com o encontro das “Empreguetes”
de “Cheias de Charme”: encontraram-se num momento difícil da vida de cada uma
e, a partir daquele momento, tornaram-se amigas para sempre.
O primeiro capítulo deu apenas 18 pontos de audiência. Pouco
para o horário, que almeja pelo menos entre 20 e 25. Agora é esperar e ver se a
historia cativa a dona de casa do horario, ainda que tenha elementos que
poderiam atingir um público mais amplo e até masculino.
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