Enquanto o bicho pega em outras comissões, tão importantes
quanto a de Direitos Humanos e Minorias – José Genoíno está prestes a assumir a
comissão de Justiça – a comissão de Direitos Humanos continua com seus
protestos sem fim, um pastor de declarações polêmicas, pautadas pela religião e
uma legião de seguidores e uma outra legião sem fim de contrários à sua eleição
para presidir a comissão.
Marco Feliciano divide as atenções com outros que estão à
margem da presidência: o deputado Jean Wyllys, homossexual, o pastor Silas
Malafaia e o ditador frustrado Jair Bolsonaro. Enquanto o primeiro luta – de forma
questionável, assim como os outros – pelos direitos dos LGBT, Malafaia vem do
outro lado gritando e Bolsonaro tira sarro, se diverte.
As acusações de racista e preconceitoso dirigidas à Marco
Feliciano são válidas. É inadmissível que um parlamentar paute seus conceitos
pela religião, afinal o Estado é laico. Como pastor evangélico, tem lá suas
crenças – “se não der a senha do cartão, não vale!” – e as coloca acima de
tudo. Mas ao assumir a comissão, Feliciano tem enfrentado vários protestos, de
pessoas que acham que vão conseguir as coisas a grito. É de uma falta de
educação sem fim, de ambos os lados. Talvez Feliciano renuncie. Mas de nada adianta entrar qualquer outro que seja de determinada minoria ou que tenha formação parlamentar pautada por crenças, opções, etc.
Por outro lado temos Jean Wyllys. Um cara que reclama tanto,
faz um pandemônio junto com seus ativistas e é tão asqueroso quanto Feliciano. Como
achar que a comunidade gay está sendo bem representada? Jean tem sua formação
acadêmica, é estudado, etc. Mas o engajamento do deputado é vazio, pautado por
uma disussão de “direitos” que todos devemos ter, mas baseada, às vezes, em
privilégios.
Bolsonaro e Malafaia garantem algumas risadas – como não
lembrar da inesquecível placa “queimar rosca todo dia”? de Bolsonaro? – afinal,
estão aí para ver o circo pegar fogo. Malafaia grita, grita, grita e... Nada.
O grande problema de uma comissão de direitos humanos e
minorias é que ela deve servir a várias dessas minorias, mas jamais presidida
por um representante delas. Obviamente cada um vai “puxar sardinha” para o que
lhe convém e isso vai contra qualquer tipo de democracia. É algo como “cada um
por si e Deus por mim”.
Nem Feliciano, nem Jean, nem Malafaia e nem Bolsonaro. Eles
não me representam.