Esta semana, a linha editorial das grandes revistas em
circulação no Brasil nunca foi tão escancarada.
Marcada pelas mortes de Hugo Chávez e Chorão, vocalista do
Charlie Brown Jr., as revistas obviamente apostaram nestes temas. Nota-se a
clara e evidente posição de cada uma em relação a ideais políticos.
A Carta Capital, pendente à esquerda, traz uma capa de Hugo
Chávez com as cores da bandeira venezuelana e o título “A morte
de um líder”.
A Época (Editora Globo) optou por uma capa mais marcante,
com a face de Chávez em preto e branco, recortada pela metade. O título é
neutro e mostra a grande e atual preocupação do país: “Depois de Chávez”.
Já a Veja, notadamente de direita, escancara: “Chávez: a
herança sombria” e, para arrematar, o título da reportagem é tão pesado quanto:
“A maldição da múmia”.
A Istoé optou por outro caminho, diria até imprevisível –
talvez mais chamativo para nós, brasileiros – ao abordar a morte de Chorão e
uma entrevista exclusiva coma ex-mulher do cantor, Graziela Gonçalves.
As três primeiras optaram pelo ditador e populista ao contar
suas mazelas e benfeitorias. Hugo Chávez foi um líder notável, à sua maneira,
cometeu pecados e glórias de um líder que ambicionava revolucionar a América
Latina. Chávez, que não queria morrer, deixou a vida para entrar na história:
será embalsamado e ficará à exposição. Morre o ditador, mas vive o mito.
Interessante a posição da Istoé ao abordar a morte de
Chorão. Aparentemente algo do showbiz, do entretenimento, a morte do vocalista
só mostra um dos graves problemas do país: o consumo desenfreado de cocaína.
Tomara que com a infeliz morte de Chorão, que tinha milhões de fãs e
seguidores, se torne exemplo para que esses mesmos fãs e seguidores não sigam
esse caminho.
Para nós, brasileiros, pouco importa a morte de Chávez.
Chorão deixa o exemplo e mais que isso, a música e o amor. Coisa que nenhum
ditador consegue.
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