sábado, 9 de março de 2013

A semana em revistas



Esta semana, a linha editorial das grandes revistas em circulação no Brasil nunca foi tão escancarada.

Marcada pelas mortes de Hugo Chávez e Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., as revistas obviamente apostaram nestes temas. Nota-se a clara e evidente posição de cada uma em relação a ideais políticos.

A Carta Capital, pendente à esquerda, traz uma capa de Hugo Chávez com as cores da bandeira venezuelana e o título “A morte de um líder”.

A Época (Editora Globo) optou por uma capa mais marcante, com a face de Chávez em preto e branco, recortada pela metade. O título é neutro e mostra a grande e atual preocupação do país: “Depois de Chávez”.

Já a Veja, notadamente de direita, escancara: “Chávez: a herança sombria” e, para arrematar, o título da reportagem é tão pesado quanto: “A maldição da múmia”. 
 
  
A Istoé optou por outro caminho, diria até imprevisível – talvez mais chamativo para nós, brasileiros – ao abordar a morte de Chorão e uma entrevista exclusiva coma ex-mulher do cantor, Graziela Gonçalves.

As três primeiras optaram pelo ditador e populista ao contar suas mazelas e benfeitorias. Hugo Chávez foi um líder notável, à sua maneira, cometeu pecados e glórias de um líder que ambicionava revolucionar a América Latina. Chávez, que não queria morrer, deixou a vida para entrar na história: será embalsamado e ficará à exposição. Morre o ditador, mas vive o mito.

Interessante a posição da Istoé ao abordar a morte de Chorão. Aparentemente algo do showbiz, do entretenimento, a morte do vocalista só mostra um dos graves problemas do país: o consumo desenfreado de cocaína. Tomara que com a infeliz morte de Chorão, que tinha milhões de fãs e seguidores, se torne exemplo para que esses mesmos fãs e seguidores não sigam esse caminho.

Para nós, brasileiros, pouco importa a morte de Chávez. Chorão deixa o exemplo e mais que isso, a música e o amor. Coisa que nenhum ditador consegue.

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