As duas últimas semanas têm sido bombardeadas por
informações e opiniões de todos os lados. Como lidar?
Desde as primeiras manifestações até as (rápidas como nunca
se viu) decisões em várias instâncias de governo, nós somos inundados por cada
vez mais informação. Cada vez mais não sabemos onde isso vai dar. Cada vez mais
não sabemos como isso se manterá. E cada vez mais, mais informação. Inclusive
esse texto. Perdoem-me.
Opiniões de “conceituados” jornalistas não faltam. Li por aí
que é no mínimo contraditório figurões do nosso jornalismo, que passaram por
todas as outras manifestações, ditaduras, etc no Brasil estejam dando pitaco no
que acontece hoje. Uns vão dizer: “mas é a voz da experiência, devemos ouvi-los”.
Outros – eu (com)partilho mais para esse lado – afirmam que estão obsoletos,
conservadores, reacionários, saudosistas e que essas “análises” devem ser
feitas por quem está ali, presente. Por jovens – ou nem tão jovens assim – que dão
suas opiniões a rodo nas redes sociais. Aliás, o que seria de tudo isso sem
facebook e twitter?
Confesso: a quantidade de informação tornou-se pesada. Pesada
por motivos próprios e acredito que muitos (não só jornalistas) estejam assim. Virou
um vício saber o que está acontecendo, onde, porque, com quem, como. E isso em
todos os meios de comunicação, sejam eles conservadores (como a Folha,
globo.com, Estadão) ou “libertários” como a Carta Capital e, claro, o Facebook.
Tento me livrar disso. Mas é complicado. Pego um livro pra
ler, que ainda não tinha lido: “Terror Global”, do Demétrio Magnoli, respeitado
jornalista que trata de geopolítica. Evidentemente, o livro trata do terror
instalado desde os atentados de 11 de setembro e seus antecedentes e projeções
futuras. E, veja só, mais terror. Ah, e inclino-me a reler “Anatomia de um
Instante”, do espanhol Javier Cercas. O livro trata do golpe de estado na
Espanha e seus desdobramentos. Realmente, a violência e o terror tem seu
charme. Esse texto do site “Papo de Homem” explica melhor: http://papodehomem.com.br/brevissimo-ensaio-sobre-o-fascinio-pela-violencia/
Entre um livro e uma notícia ou outra, assisto ao jogo do
Brasil. Mais tensão. Ou então baixo o capítulo da novela de ontem e tento
assisti-lo novamente. Em vão. Tomo um café. Procuro emprego.
*verso da música "Tô", do Tom Zé.
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