A disputa eleitoral para a presidência em 2014 ganha
contornos cada vez mais indefinidos
Cada um se arma como pode e no meio de tudo isso a
indefinição de vários nomes é pauta de todas as seções de política de sites,
jornais e revistas. O tucano Aécio Neves, recém empossado presidente do PSDB,
já aparece em propagandas “convocando” o povo brasileiro a fomentar “opiniões”
e contribuir com o partido. Uma máscara para angariar eleitores. Afinal, é mais
do que sabido que Aécio – o prodigioso ex-governador de Minas Gerais – será o
candidato tucano à presidência. José Serra, aquele que perdeu inúmeras
disputas, segue no limbo, sem definição alguma: Geraldo Alckmin, governador de
São Paulo, disse que Serrá “não ficará de fora da disputa em 2014”. Só não sabe
se como presidente (o que é uma balela), senador ou na pior das hipóteses, uma
derradeira cadeira na Câmara dos Deputados. Ou ainda, sair do partido que o
alçou aos holofotes da política nacional e partir para algum dos inúmeros
partidos criados recentemente.
A oposição, como podemos ver, é fraca, desunida (“deixa o
Serra pra lá”) e confusa. Não há um programa que consiga fazer frente à
ideologia situacionista. No PSDB, temos uma aliança prodigiosa: FHC e o senador
Aloysio Nunes apoiam Aécio Neves, com Alckmin fazendo coro. Aqui, sim, uma
união. Se colherá frutos, impossível dizer. O PSDB parte para o ataque com a
mesma bandeira social que consagrou o PT quando este chegou ao poder. A
entrevista de Aécio Neves à IstoÉ deixou claro que é a intenção tucana
aproximar-se das camadas mais pobres da população e quer desmanchar a imagem de
partido “elitista”.
Enquanto isso, a situação aparece tão desunida quanto a
oposição. PT e PMDB, partido da presidente Dilma e do vice Michel Temer, cada
vez mais batem de frente em várias disputas: a MP dos Portos é um exemplo
recente. O PMDB, um partido que nada conforme a corrente, se mostra contrário à
várias opções do PT de Dilma, causando um desgaste cada vez maior num ano que
precede a disputa eleitoral. E a tendência é piorar.
Outro partido da base aliada, o PSB de Eduardo Campos já
avisou: vai entrar na disputa presidencial. O governador de Pernambuco já
avisou aos aliados: “o PT e o governo tentam evitar minha candidatura”. Dentro
do partido, o nome de Campos não é unanimidade. Alguns governadores já declaram
apoio à reeleição de Dilma.
Os três principais candidatos – ou supostos candidatos – já lançaram
mão de ações na tv, com comerciais exaltando os feitos na gestão (Eduardo
Campos), comemorando os dez anos do partido no poder (Dilma, com o apoio do
inseparável Lula) e da “novidade” (Aécio como presidente do PSDB). Porém, o noticiário
não deixa dúvidas: é a dança das cadeiras, em que todos podem cair no chão.
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