domingo, 12 de agosto de 2012

Fim de linha: o (ótimo) Brasil em Londres


Yane Marques é bronze: pódio inédito no pentatlo moderno
Mais uma Olimpíada que termina e o saldo para o Brasil, por mais que os torcedores de sofá falem o contrário, é extremamente positivo para o país. É o recorde de pódios (16), mas não é o recorde de ouros (3, ante os 5 de Atenas-04). Isso não importa, pelo menos agora. O Brasil viu medalhistas que não eram esperados, inéditos: duas no boxe com os irmãos Falcão (bronze para Yamaguchi e parata para Esquiva), o ouro de Sarah Menezes no judô, Arthur Zanetti nas argolas e o último, o bronze de Yane Marques no pentatlo moderno.

Os falastrões e impiedosos vão lembrar somente das “decepções” (sim, com aspas): a prata no vôlei masculino, o bronze de Cielo na prova em que era favorito e defendia o bi-olímpico na natação (50m), a prata de Emanuel e Alisson e o bronze de Juliana e Larissa no vôlei de praia, entre outros. Vão lembrar mais ainda das, essas sim decepções, sem aspas: derrotas no futebol, a falta de medalhas no atletismo, quedas nos torneios de basquete e handebol, etc.

Do futebol, fica a lição: hora de olhar para dentro do país, esquecer estrelismos e egos. No feminino, o investimento subiu no telhado. Não bastou Marta ganhar títulos de melhor do mundo, não bastou o Brasil ser campeão, nada adiantou. Várias desistiram e o apoio fica somente na palavra. Os rapazes da seleção tem a chance de mudar esse jogo com as próximas competições. Apesar de clichê, a camisa deve pesar e deve ser honrada, com garra e atitude. Como em qualquer time ou seleção. É difícil esquecer que o futebol virou um balcão de negócios, mas ainda acredito que há os que pensem diferente.

Rio 2016: menos "bronzil", se possível
Nos outros esportes, é hora de investir. Hora de olhar para os esportes individuais, como a natação, lutas e atletismo. São apenas quatro anos para o Brasil mostrar que pode ser uma nação que revela talentos, lapida competidores e que, se ainda não pode ser uma potência olímpica, pode ser um celeiro de talentos. Não só no “tão importante” futebol. O basquete vem numa crescente boa, as ligas nacionais tem tido investimentos e o apoio cresce. No vôlei, que vem de quase uma década vitoriosa, idem. É preciso olhar com mais carinho para a ginástica, que caiu de produção. Olhar sem preconceito para a ginástica masculina. Investir mais no atletismo que, pela primeira vez em 20 anos, ficou sem medalha. Treinar mais “Cielos” para a natação. Nas lutas, que o investimento cresça depois das medalhas ganhas em Londres.

Pode parecer utópico, visionário, esperançoso demais, mas só com investimento público (e não gasto público) o Brasil pode chegar em posições melhores no ranking de medalhas. Se acontecer em casa, melhor ainda. Vai, Brasil!

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