SÓ na Record: insistência insuportável |
As Olimpíadas de Londres foram anunciadas com pompa pela
Rede Record, afinal foi a única em rede aberta a ter os direitos exclusivos. Os
jogos chegaram e a emissora tinha que apagar a má imagem deixada pelos Jogos
Pan-Americanos de Guadalajara em 2011. As falhas não passaram despercebidas e a
cobrança só aumentou.
Londres chegou e a Record montou um aparato técnico pouco
visto em outras transmissões. Uma equipe grandiosa, estúdios igualmente
grandes, tinha tudo nas mãos para superar o “monopólio” global (como se a
Record não o fizesse). As transmissões começaram e aí... A âncora e principal
estrela da Record nos Jogos, Ana Paula Padrão disse um impropério: “aqui no
Jornal da Globo”. Um pecado mortal. Mas perdoado. O barulho foi grande e, em
certa parte, ajudou a emissora. Nome aos quatro ventos, sites e redes sociais.
Ana Paula Padrão: só na Globo... Quer dizer, Record |
As transmissões esportivas ficaram marcadas por erros,
principalmente do narrador Lucas Pereira. Erros como trocar nome de jogadores,
ufanismo exarcebado, empolgação além da medida com competições que o Brasil
sequer competiu não foram perdoados. Maurício Torres também teve seus momentos
empolgados, o que prejudicou a qualidade da transmissão. Mylena Ceribelli –
que, na minha opinião, acho horrível – só foi objeto de decoração. Apresentou poucas
coisas, pouco para uma carreira consolidada, afinal é uma ex-Globo. O “porra”
que ela soltou sem saber que estava no ar foi mais importante, talvez. Outro
ponto negativo foi a insistência insuportável que os narradores diziam: “Olimpíadas,
só na Record” ou “a Record é a única emissora de tv aberta aqui em Londres”. Irritante,
desnecessário e talvez, medo das pessoas esquecerem desse fato.
Celso Zucatelli: bobo da corte olímpica da Record. Assim como a maioria dos outros comentaristas |
Os comentaristas foram um show à parte. Romário que o diga.
Falastrão, disse o que lhe veio à cabeça, sem medir palavras. Crucificou Mano
Menezes de forma veemente e não hesitou em falar mal do treinador. Alguns foram
meros torcedores, como Virna no vôlei. Destaco Luisa Parente na ginástica,
sempre segura nos comentários do esporte e Oscar, esse sim, torcedor que
transmite informação – ao contrário de Romário. Celso Zucatelli fez a parte "popular" da transmissão: no meio da galera, com estrelas da casa (Rodrigo Faro falou sobre a carreira, entre outras peculiaridades). O tom mais "humano" foi trocado pelo "popularesco". Tosco e em alguns momentos, ridículo.
A Record transmitiu horas de esporte, o que é louvável. As
tardes foram trocadas por diversos esportes. Alguns desnecessários, como as
longas transmissões de ginástica e natação – apelo sexual óbvio para garantir
audiência. Audiência esta que não correspondeu como o esperado. Foi líder em
alguns momentos – no sábado, 11 foi líder por quase um dia inteiro, feito
inédito – principalmente em transmissões de vôlei e futebol. A Record não
passou a Globo e nem teve audiência superior. Os bispos talvez ficaram
descontentes com o retrono obtido, afinal, milhões de dólares foram depoistados
pela transmissão do evento. A prata estaria de bom tamanho para a Record. Prata
suada, aliás.
Zucatelli e Romário em foto para o "feice". |
A imagem de emissora olímpica não “colou” e duvido que um
dia “cole”.
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