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Os problemas ficam na “embalagem”
que é entregue. Os erros no encarte e na revista são muitos para quem quer se
mostrar um carnaval completo e competente. Troca de posições das escolas, ordens das escolas erradas (foto abaixo), erros de grafia, de português... Isso pode soar uma birra, uma politicagem nojenta e triste. Tudo isso obra de um designer que faz capas de gosto duvidoso há uns três anos, além dos vários erros já citados aqui. Mais absurdo ainda é saber que é obra de um integrante de escola de samba e, portanto, deveria saber do carnaval o bastante para não cometer esses tipos de erros.
Isso não é frescura. É ter profissionalismo e respeito a quem constroi o carnaval paulista. Além disso, a distribuição apenas em bancas e quadras das escolas é sofrível, impedindo (ou dificultando) o avanço do samba paulista em outras cidades. Como comparação – inevitável – o CD dos sambas cariocas é vendido até no iTunes. Sorte de quem acessa os sites de compartilhamento de arquivos, porém, prejudicando as escolas que deixam de ganhar uma grana com a venda. A seguir, uma rápida impressão dos sambas do grupo especial (já que foram ouvidos ao vivo várias vezes):
Isso não é frescura. É ter profissionalismo e respeito a quem constroi o carnaval paulista. Além disso, a distribuição apenas em bancas e quadras das escolas é sofrível, impedindo (ou dificultando) o avanço do samba paulista em outras cidades. Como comparação – inevitável – o CD dos sambas cariocas é vendido até no iTunes. Sorte de quem acessa os sites de compartilhamento de arquivos, porém, prejudicando as escolas que deixam de ganhar uma grana com a venda. A seguir, uma rápida impressão dos sambas do grupo especial (já que foram ouvidos ao vivo várias vezes):
Para repetir:
- Vai-Vai: o samba é um dos melhores do ano e Wander Pires começando
com o alusivo “Vem novamente à disputa...” configura um início matador para um
samba matador.
- Mancha: samba emocionante, com a interpretação irretocável
de Fred Viana.
- Gaviões: Ernesto Teixeira volta aos bons tempos – talvez
por ter composto o samba – e dá fôlego ao melhor samba dos Gaviões desde o
retorno ao especial em 2008. O início da faixa mexe com os brios dos corinthianos, ainda mais depois da conquista do Mundial.
- Águia: o melhor – e mais diferente – samba do ano deve ser
repetido várias e várias vezes. A bateria dispensa comentários: Mestre Juca
tira uma cadência perfeita.
Que valem a pena:
- Tucuruvi: o samba bem-humorado aliado à interpretação de
Igor Sorriso conferem ao samba uma leveza e balanço inexistentes em outros.
- X-9 Paulistana: a escola volta aos bons tempos com um
samba de linda letra e Royce do Cavaco ótimo à frente dos trabalhos. O samba
sai da mesmice e mostra que ainda há outros caminhos para o samba em São Paulo.
Para ouvir de vez em quando:
- Mocidade: o água-com-açúcar e eficiente de sempre (tirando
2012).
- Vila Maria: o básico. Não se pode esperar muita coisa de
um samba mediano.
- Tom Maior: o samba melhorou em relação à eliminatória, mas
ainda é um dos piores do ano.
- Império: se você quiser ouvir a faixa só por causa da
bateria – novamente a melhor do cd – pode ouvir, até repetir. É o que essa
bateria sabe fazer: mais que milagres, coisas surreais. Mas se quiser ouvir o
samba, procure não dormir, especialmente na primeira passada (um motivo para pular a faixa, mas a bateria segura).
- Tatuapé: os gritos de Vaguinho comprometem o samba e este não
foge do clichê das escolas que sobem ao especial no verso “é qualidade
especial”.
Passa-faixa:
- Rosas de Ouro: mesmo com o milagre promovido por Darlan, o
samba é um festival de clichês e frases prontas – feitas para “emocionar” (rs)
– e um refrão sonolento, tão quanto o Império.
- Dragões: o samba mais passa-faixa do ano. Daqueles sambas
que não vão fazer falta. Não mostra o que diz e Daniel Collete já viveu tempos
melhores.
- Nenê: a letra é linda, mas a melodia... O samba é
burocrático, longo e é inegável o esforço do intérprete Celsinho, que não tem
culpa por uma escolha tão errada na águia guerreira.
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